terça-feira, 8 de julho de 2014

PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO MUNICÍPIO DO TARRAFAL



De acordo com o plano estratégico de desenvolvimento sustentável do município de Tarrafal, um município com um litoral tão bonito, com baías maravilhosas e praias magníficas terá que ter como vertente principal de Desenvolvimento o Turismo. Apesar do clima e da falta de água não propiciarem uma agricultura fácil como em outros Países com chuvas frequentes e graus de humidade elevada, muito ainda se pode fazer neste domínio. O mesmo se aplica á pesca que ainda utiliza métodos quase que ancestrais. 
No entanto este Plano contém um outro enorme desafio! Um desafio transversal a toda a Sociedade Tarrafalenses e às Administrações Central e Local! Que num prazo entre 10 e 15 anos, a “futura Cidade” do Tarrafal seja a Capital da Qualidade de Cabo Verde. Qualidade nos Serviços Públicos, Qualidade na Hotelaria e Restauração, Qualidade nos Mercados Municipais, Qualidade no Comércio, enfim Qualidade na relação entre o Cliente (e somos todos clientes!) e o Produto ou Serviço da Entidade prestadora. 
Este deverá ser um Desígnio Local e Nacional e considerado pelo Governo e Câmara Municipal como um Projecto-piloto em Cabo Verde, e como tal não deverá haver grandes dificuldades em conseguir meios financeiros para a sua implementação nas Parcerias Internacionais, nomeadamente na Parceria Especial União Europeia – Cabo Verde. A implementação deste ambicioso objectivo contribuirá, sem dúvida, para uma ainda melhor imagem de Cabo Verde e da sua Governação no contexto Internacional. 
As questões relacionadas com a segurança também deverão ser consideradas prioritárias, pois podemos ter magnificas condições para o Desenvolvimento Turístico, mas se a actual situação persistir ou piorar, não haverá investimento em novos equipamentos hoteleiros e os actuais verão as suas taxas de ocupação diminuírem cada vez mais. Esta dura realidade deverá ser percepcionada por toda a Comunidade Tarrafalense e em especial pelo Ministério da Administração Interna, primeiro responsável nestas matérias.   
O tempo de execução de um Plano com estas características, 5 Eixos Estratégicos, 23 Programas e 206 Projectos, varia entre 10 a 15 anos. Este grau de variabilidade tão grande está relacionado com a “velocidade” da disponibilidade das verbas necessárias e o grau de empenhamento dos diferentes parceiros, como se verá adiante no Capitulo dedicado á Implementação. No entanto muitos projectos não necessitam de verbas, e a sua implementação trará enormes benefícios para o seu “público-alvo”. Poder-se-á dar o exemplo do Conselho Local de Acção Social. Trabalhar em rede é um dos “segredos” de actuação nesta área. E quando os meios são poucos é obrigatório trabalhar para a máxima rentabilização dos poucos meios humanos, financeiros e equipamentos existentes.   




















Fonte: GISCI

Situação de residuos sólidos em Tarrafal










 







 






A redução de resíduos em Tarrafal é um aspecto importante para o seu desenvolvimento, visto que, a gestão de resíduos minimiza muitos riscos e ainda protege o ambiente.
Primeiramente a distribuição dos contentores nas ruas desta cidade não obedece a critérios recomendados (máxima de 50 metros de utilizador desde que este não seja zona comercial), anda-se num espaço de 150 metros ou mais para encontrar um contentor e ainda há zonas que não dispõe de um contentor. Isso agrava o sistema de recolha de resíduos tornando o ineficiente, contribuindo para o disfuncionamento do sistema, tendo uma consequência incalculáveis matérias de impactos ambientais.
Os resíduos sólidos depositados em contentores são na maioria parte invadidos pelos cães vadios, espalhando grande quantidade de resíduos, sujando as ruas, com objectivo de procurar alguns restos de comida e vê se claramente que acontece com a demora da recolha de resíduos.
Havendo uma acumulação de resíduos nos contentores e ao redor dos contentores leva a motivação dos moradores a colocar os resíduos fora dos contentores, para isso, deve-se formar, sensibilizar e informar cidadãos os factores essenciais para que o sistema de recolha seja eficaz tanto do ponto de vista económico e principalmente do ponto de vista ambiental.
Também depara-se com alguns problemas em termos de recursos materiais (falta de equipamento específicos para recolha, e transporte de resíduos) visto que há somente uma viatura para fazer a recolha do centro da cidade inteira e os trabalhadores a maioria das vezes são vistos sem equipamentos de proteção (luvas, mascaras, roupas próprias para recolha dos resíduos) que pode provocar um grande risco à saúde dos trabalhadores.
Podemos constatar que existe uma grande lacuna no que diz respeito as operações de fiscalização e licenciamento a nível municipal. Para isso, precisa-se urgente da criação de uma estrutura central de fiscalização e licenciamento dos resíduos sólidos.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Mercado de Trabalho, Pobreza e Ambiente


5- Tarrafal de Santiago -


O emprego constitui um grande desafio à população do Tarrafal, mormente para os cidadãos que vivem em Chão Bom. A pouca instrução académica que marca o percurso de vida de muitos filhos desse lugar faz com que, em muitas ocasiões, se registe uma troca simétrica de actividades virtualmente benéficas (como o cultivo do conhecimento) com outras actividades menos boa, como o consumo abusivo das bebidas alcoólicas. Neste sentido, faz-se necessário promover uma alteração do quadro, dando alternativas aos jovens. O ensino e a formação técnica e profissional surgem como caminho adequado para orientar os jovens sem uma linha profissional, promovendo, assim, o autoemprego, na medida em que as poucas empresas que ali existem são praticamente revestidas de características de microempresas ou unidades empresariais de natureza familiar.
A agricultura tem sido uma aliada das famílias tarrafalenses na fuga ao desemprego, promovendo, assim, o autoemprego. Porém, regista-se a necessidade de uma melhor formação para que se tire melhor proveito do segmento da agricultura. A transformação dos produtos agrícolas, a rentabilização da água, o melhoramento da produção agrícola e animal, são factores que poderão contribuir para o empoderamento das famílias cuja actividade económica se estriba na agricultura e criação de gado.
O desemprego, o baixo nível de instrução académica, as condições de habitação, o elevado número de famílias monoparentais com mulheres à chefia, evidenciam uma situação de pobreza, situando o Concelho na faixa dos mais pobres de Cabo Verde. A falta de alternativas de emprego obrigou a que muitas mulheres se enveredassem para o caminho da extracção de inertes, acabando, assim, por degradar o ambiente. Por aqui, também, está-se a prestar um mau serviço ao turismo enquanto motor de desenvolvimento do concelho porque as praias de Tarrafal vão perdendo importância turística, complicando ainda mais o tecido económico de um concelho que tem nas actividades ligadas ao turismo a sua esperança de desencravamento económico.


Fonte: Nos Genti.  

Demografia e Visão Sociocultural: Um concelho em crescimento


 

O Censo de 2000 situava a população do Tarrafal na fasquia de aproximadamente 18 mil habitantes, com uma percentagem de indivíduos do sexo feminino consideravelmente superior aos do sexo masculino. Cerca de 3900 famílias serviriam, então, de suporte à integração dos tarrafalenses numa base coesa de harmonização. Cerca de sete mil indivíduos viviam então em Chão Bom, a localidade escolhida pelo regime de Salazar para emprestar o nome a uma parte considerável da história da liberdade no espaço lusófono.
A população de Chão Bom, maioritariamente jovem, contava então com 46,8% da população com menos de 15 anos de idade, 46,3% da população com idades entre 15 a 64 anos, o que mostra ser uma sociedade marcadamente jovial. Tendo feito um percurso no ramo do associativismo, Tarrafal conta actualmente com mais de duas dezenas de associações com vocação comunitária e agro-pecuária. Há um número significativo de jovens, sobretudo filhos de agricultores e pescadores, que se reúnem em associações juvenis, grupos desportivos, recreativos e culturais, procurando dar vida e dinâmica ao concelho.
Chão Bom tem beneficiado desta dinâmica, contando com grupos como Associação Cívica de Chão Bom, Escola de Futebol Tó, Associação das Batucadeiras de Cabeça Carreira, Grupo Futebolístico Real Júnior. Desde há cerca de cinco anos, os jovens de Chão Bom tem estado a organizar, anualmente, um conjunto de actividades, conhecido como ‘Chão Bom em Movimento’, que agrega actividades culturais, desportivos, cívicos e de promoção do conhecimento. A primeira edição aconteceu, em 2008, e de lá para cá não mais se parou.
O Concelho do Tarrafal, tal como as outras partes de Cabo Verde, conheceu um desenvolvimento acentuado durante os anos 90, prolongando-se para o novo século. O surgimento de novos bairros, o movimento do êxodo rural e as movimentações dos cidadãos entre a diáspora e o concelho têm sido desafios para Tarrafal. Daí a necessidade de encontrar respostas adequadas aos problemas que se apresentam. Uma delas passa pela promoção do conhecimento. Isto porque, a educação, a cultura e o conhecimento constituem as grandes chaves para desencravar o desenvolvimento das amarras da pobreza.
O êxodo rural precipitou uma expansão de Chão Bom que, cada vez mais, assume as características próprias de uma Vila. O tecido urbano está a conhecer um processo de integração profunda, havendo registo de uma mobilização grande das populações do interior sul do Concelho, provocando a expansão de Chão Bom nas latitudes Norte-Sul-Este-Oeste. O desenvolvimento do turismo é uma promessa das autoridades locais e nacionais, mas constitui um grande desafio para o Concelho, que deve preparar as suas populações para uma possibilidade de alteração do seu tecido e estruturas sociais. 
O Censo de 2000 situava a população do Tarrafal na fasquia de aproximadamente 18 mil habitantes, com uma percentagem de indivíduos do sexo feminino consideravelmente superior aos do sexo masculino. Cerca de 3900 famílias serviriam, então, de suporte à integração dos tarrafalenses numa base coesa de harmonização. Cerca de sete mil indivíduos viviam então em Chão Bom, a localidade escolhida pelo regime de Salazar para emprestar o nome a uma parte considerável da história da liberdade no espaço lusófono.
A população de Chão Bom, maioritariamente jovem, contava então com 46,8% da população com menos de 15 anos de idade, 46,3% da população com idades entre 15 a 64 anos, o que mostra ser uma sociedade marcadamente jovial. Tendo feito um percurso no ramo do associativismo, Tarrafal conta actualmente com mais de duas dezenas de associações com vocação comunitária e agro-pecuária. Há um número significativo de jovens, sobretudo filhos de agricultores e pescadores, que se reúnem em associações juvenis, grupos desportivos, recreativos e culturais, procurando dar vida e dinâmica ao concelho.
Chão Bom tem beneficiado desta dinâmica, contando com grupos como Associação Cívica de Chão Bom, Escola de Futebol Tó, Associação das Batucadeiras de Cabeça Carreira, Grupo Futebolístico Real Júnior. Desde há cerca de cinco anos, os jovens de Chão Bom tem estado a organizar, anualmente, um conjunto de actividades, conhecido como ‘Chão Bom em Movimento’, que agrega actividades culturais, desportivos, cívicos e de promoção do conhecimento. A primeira edição aconteceu, em 2008, e de lá para cá não mais se parou.


Fonte: Nos Genti.  

Localização Geográfica e seu enquadramento no espaço


Tendo como suporte uma superfície de cerca de 991 km2, Santiago constitui a maior ilha do arquipélago de Cabo Verde. É nesta ilha que o Concelho do Tarrafal encontra o seu suporte, estando na zona setentrional da mesma. Ocupa, assim, uma superfície de cerca de 121 km2, tendo, assim, uma população de cerca de 17.784 habitantes, fazendo fé no Censo de 2000. Mais de um terço deste número da população vive em Chão Bom, que conta com várias escolas primárias, uma escola secundária, alguns jardins infantis, entre eles o de Cruz Vermelha, que fica na entrada das imediações do Ex-Campo de Concentração do Tarrafal.
Chão Bom, das zonas mais populosas do Concelho do Tarrafal, continua a ser consequente com a sua história, sendo uma das regiões mais pobres do concelho, carente em quase tudo aquilo de que precisa para a sobrevivência da sua população. A queda do parque de produção agrícola de Colonato veio agudizar, ainda mais, o problema, desafiando a própria estabilidade alimentar e económica de dezenas de famílias de Chão Bom. As ofertas culturais são, quase, reduzidas a nada, não contando a região como nenhuma biblioteca de fôlego, nenhum cinema, nenhum parque de diversão, nem mesmo uma capela para que os fiéis possam colocar as suas preocupações nos ouvidos de Deus.
Com uma topografia variada, o Concelho do Tarrafal estende-se entre duas grandes maças de montanhas: a Sul, as montanhas que compõem a Serra Malagueta, que alcançam 1063 metros de altitude; e a Norte, o Monte Graciosa, com cerca de 642 metros de altura. Em termos climáticos, Tarrafal de Santiago, à semelhança do que se passa no resto do país, assinala-se por duas estações com marcações acentuadas: o tempo das águas e o da seca ou das brisas.
3- Tarrafal de Santiago -
Num olhar marcadamente geográfico, o Concelho do Tarrafal de Santiago sinaliza-se pela existência de uma zona árida que se estende sobre o litoral, alcançando uma altitude média de 200 metros; um lençol semi-árido que cobre a faixa sub-litorânea, atingindo também uma altitude média de 200 metros, abraçando o Monte Graciosa, que serve de protecção à Cidade do Tarrafal; as zonas sub-húmidas do interior, que abarcam sobretudo as terras de maior altitude do interior do Concelho.
Localizado na parte norte da Ilha de Santiago, o Concelho do Tarrafal é abrangido pelos ventos húmidos do Nordeste. Porém, as características marcadas por um relevo pouco acentuado torna-o num dos concelhos mais áridos da ilha onde se encontra inserido.


Fonte: Nos Genti.  

domingo, 22 de junho de 2014

Tarrafal de Santiago: Visão História

Compreender a História imanente ao Concelho do Tarrafal implica que se conheça os fluxos e contra-fluxos que marcaram, de forma indelével, a divisão administrativa de Cabo Verde, com particular realce para a Ilha de Santiago. Isso leva-nos a debruçar sobre a própria história política de Cabo Verde que nos fornece elementos catalisadores, como a compreensão da faixa territorial que cobre o Concelho do Tarrafal e a sua geografia política no período Colonial, recolocando-o no mapa da Ilha de Santiago como parte do Concelho de Santa Catarina; a importância que a Vila de Mangue ganha numa atmosfera de sucessivas mudanças da sede do Concelho (ora nos Picos, ora em Achada Falcão), precipitando, assim, a sua transferência para a então Vila do Tarrafal nos finais do século XIX.

1- Tarrafal de Santiago -
Desde logo, considera-se o facto do Concelho de Santa Catarina ter sido criado, em 1834, englobando, na altura, as freguesias de São Miguel Arcanjo, São Salvador do Mundo, Santa Catarina e Santo Amaro Abade. A separação do Tarrafal com Santa Catarina deu-se na segunda metade do século XIX, passando o primeiro Concelho a albergar as freguesias de Santo Amaro Abade e São Miguel Arcanjo, tendo a então Vila do Tarrafal como a sua sede. Este quadro administrativo se estende até 1997, quando, formalmente, São Miguel assumiu os seus próprios destinos, impondo um desmembramento do então Concelho, passando a registar-se, desde então, o Concelho do Tarrafal e o Concelho de São Miguel Arcanjo.
Tarrafal, o concelho mais nortenho da ilha de Santiago, sobrevive à base das actividades agropecuárias e das remessas dos emigrantes, que desempenham um papel de extrema importância no dia-a-dia da população local. A pesca constitui também um outro indicador forte de sobrevivência das famílias locais, havendo um número considerável de homens que vivem dessa actividade e mulheres que vivem da venda dos pescados.
Falar do Concelho do Tarrafal, acentuando sobretudo a sua dimensão histórica, implica, antes de tudo, conhecer o percurso do regime salazarista, que, açambarcando a opinião da maioria, encaminhou uma massa humana para o Campo de Concentração do Tarrafal por o considerar dos lugares mais inóspitos de Cabo Verde. Hoje, transformado em Museu de Resistência, o edifício que albergava os desterrados guarda a trágica memória da luta contra o fascismo.
4- Tarrafal de Santiago -




Fonte: Nos Genti. 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Biografia de Carla Miranda


Carla Miranda Borges, mas conhecida por Neca, nasceu em Tarrafal mas concretamente na vila. Em Tarrafal fez os seus estudos até ao liceu. Emigrou para Portugal onde viveu lá durante sete meses com intuito de fazer um curso. Regressou à Cabo Verde onde fez o Instituto Pedagógico. Actualmente trabalha como professora do ensino básico em Chão de Jungo. Aos 11 anos começou a participar em competições entre turmas, onde a própria turma sagrou-se campeão. Mas tudo isso deve ao incentivo incondicional do Emanuel António Dias Léger (Mano). Anos mais tarde começou em participar em competições mais sérios como: jogos escolares 1999 e 2000. Em 1999 a competição decorreu em Assomada onde consagraram-se campeão nacional, onde foi considerada como jogadora revelação. Em 2000 sagraram-se campeão nacional de novo mas desta feita, levou o premio de melhor jogadora. Com um desempenho e experiência adquirida recebeu convite de uma grande equipa na época, Barcelona do Tarrafal onde jogou por um bom período de tempo e mais tarde entrou na equipa Varandinha. Com a fundação da equipa Graciosa (ADR Graciosa) jogou até então. Nessa mesma equipa participou em muitas competições; tantos regionais como nacionais. Nas regionais jogou no Picos, Cidade da Praia, Assomada, Calheta, Pedra Badejo, e claro Tarrafal. Nacionais, representou por duas vezes a equipa Graciosa na ilha de São Vicente, uma vez no Sal e uma vez na Cidade da Praia. Também recebeu um convite da equipa ABC de Praia no ano 2013 para representar Cabo Verde em Marrocos. Atualmente para além de jogar, faz parte da comissão de gestão da equipa ADR Graciosa.